Fibromialgia: Quais São os Sintomas e Como um Médico da Família Pode Diagnosticar?

A Fibromialgia é uma condição crônica que afeta milhões de pessoas e ainda é cercada por dúvidas, diagnósticos tardios e, muitas vezes, subestimação dos sintomas. Quem convive com dores constantes, cansaço excessivo e alterações de sono pode estar diante desse quadro. O diagnóstico precoce faz diferença na qualidade de vida e no controle dos sintomas. E é justamente nesse ponto que o médico da família tem um papel essencial.

Fibromialgia_ Quais São os Sintomas e Como um Médico da Família Pode Diagnosticar

O que é a Fibromialgia?

A fibromialgia é uma síndrome de dor crônica generalizada, que afeta músculos e tecidos moles, como tendões e ligamentos. Ela não está relacionada a inflamações articulares, como nas doenças reumáticas clássicas, mas sim a uma disfunção na forma como o sistema nervoso central interpreta os sinais de dor.

Por não apresentar alterações visíveis em exames laboratoriais ou de imagem, a fibromialgia costuma ser diagnosticada com base na clínica — o que exige atenção, escuta ativa e conhecimento do histórico do paciente.

Quem pode ter Fibromialgia?

A condição é mais comum em mulheres entre 30 e 60 anos, mas pode acometer pessoas de qualquer idade e sexo. Fatores como estresse, histórico familiar, traumas físicos ou emocionais e distúrbios do sono aumentam o risco de desenvolvimento da síndrome.

Pessoas com fibromialgia geralmente convivem com dores por meses ou anos antes de receberem um diagnóstico adequado, o que reforça a importância de uma escuta qualificada e do acompanhamento longitudinal.

Sintomas mais comuns da Fibromialgia

A dor muscular generalizada é o sintoma mais conhecido da “fibromialgia”, mas a síndrome vai muito além da dor. Entre os sintomas mais frequentes estão:

  • Dor difusa e persistente, geralmente descrita como queimação, pontadas ou sensação de peso
  • Cansaço extremo, mesmo após períodos de descanso
  • Sono não reparador, com sensação de exaustão ao acordar
  • Alterações cognitivas, como dificuldade de concentração e lapsos de memória (“fibrofog”)
  • Sensibilidade aumentada ao toque, ao frio, à luz ou ao som
  • Distúrbios digestivos, como síndrome do intestino irritável
  • Ansiedade e depressão, em muitos casos associadas

Esses sintomas costumam se intensificar em períodos de estresse físico ou emocional e variam de intensidade ao longo do tempo.

Quando desconfiar de Fibromialgia?

Se você apresenta dor muscular em diferentes regiões do corpo por mais de três meses, sem causa aparente e com prejuízo na qualidade de vida, é importante buscar avaliação médica. A associação de fadiga intensa, alterações do sono e dificuldades cognitivas fortalece a suspeita clínica.

Muitas vezes, o paciente realiza diversos exames que retornam normais, o que pode gerar frustração ou sensação de que a dor “é psicológica”. Por isso, a escuta atenta do médico da família é decisiva para acolher esse sofrimento de forma empática e responsável.

O diagnóstico da Fibromialgia com o médico da família

O médico da família é capacitado para reconhecer o quadro de FIBROMIALGIA a partir de uma avaliação detalhada dos sintomas, da história do paciente e da exclusão de outras causas possíveis para a dor crônica.

Ele não depende exclusivamente de exames, mas sim de critérios clínicos estabelecidos, como:

  • Presença de dor em regiões específicas do corpo (pontos sensíveis)
  • Duração dos sintomas por, no mínimo, três meses
  • Associação com outros sintomas, como fadiga, sono não reparador e dificuldades cognitivas
  • Ausência de doenças inflamatórias ou reumáticas que justifiquem os sintomas

Essa abordagem clínica exige tempo, vínculo e continuidade — elementos presentes no cuidado oferecido pela medicina de família.

O que o médico da família avalia durante o acompanhamento

Além de escutar os sintomas físicos, o médico da família investiga o impacto da fibromialgia na vida emocional, profissional e social do paciente. Ele avalia a presença de comorbidades como depressão, ansiedade, insônia e alterações metabólicas.

Também considera fatores que agravam a dor, como sedentarismo, má qualidade do sono, alimentação inadequada, sobrecarga de trabalho e ausência de suporte familiar.

Esse olhar ampliado permite a construção de um plano de cuidado personalizado, que vai além do alívio da dor e busca promover bem-estar e autonomia ao longo do tempo.

Como é o tratamento da Fibromialgia?

O tratamento da fibromialgia é multidisciplinar e envolve:

  • Educação sobre a doença, para que o paciente compreenda o que está sentindo
  • Atividade física regular e supervisionada, especialmente caminhadas, hidroginástica e pilates
  • Técnicas de relaxamento e manejo do estresse, como respiração consciente, meditação e psicoterapia
  • Tratamento de comorbidades, como depressão ou distúrbios do sono
  • Acompanhamento contínuo com escuta ativa, ajustando estratégias conforme a evolução do quadro

O uso de medicamentos, como antidepressivos ou analgésicos, pode ser indicado em alguns casos, mas sempre com avaliação criteriosa.

Quando o médico da família encaminha para outros especialistas?

Embora possa conduzir grande parte do cuidado, o médico da família pode encaminhar o paciente para outros profissionais quando necessário, como:

  • Reumatologistas, em casos de dúvida diagnóstica ou dor muito intensa
  • Psicólogos, para suporte emocional e terapia cognitivo-comportamental
  • Fisioterapeutas, para exercícios terapêuticos e melhora funcional
  • Nutricionistas, para ajustes alimentares que favoreçam o controle da inflamação

Mesmo com os encaminhamentos, o médico da família continua como coordenador do cuidado, garantindo um acompanhamento integrado e contínuo.

Vamos conversar?

A fibromialgia é uma condição complexa, que exige escuta, sensibilidade e acompanhamento próximo. O médico da família tem papel fundamental na identificação dos sintomas, no diagnóstico clínico e na condução de um plano de cuidado realista, centrado na pessoa e não apenas na doença.

O Dr. Patrick Harris realiza esse acompanhamento com foco na escuta ativa, acolhimento e construção de soluções personalizadas, ajudando seus pacientes a conviver melhor com a Fibromialgia e a recuperar qualidade de vida de forma sustentável.

Dr. Patrick Harris

Médico da Família

CRM: 192379

RQE: 92300