Como Funciona o Diagnóstico da Dor Crônica com um Médico da Família?

A dor é uma das queixas mais comuns nos consultórios médicos. Mas quando ela se torna persistente e começa a interferir na rotina, no sono e no bem-estar, é hora de investigar com mais profundidade. A Dor Crônica pode ser desafiadora tanto para quem sente quanto para quem cuida. Nesse contexto, o médico da família tem um papel fundamental, por ser capaz de enxergar o paciente como um todo e conduzir o diagnóstico de forma ampla e cuidadosa.

Como Funciona o Diagnóstico da Dor Crônica com um Médico da Família

O que é Dor Crônica?

Dor crônica é aquela que persiste por mais de três meses, mesmo após o tratamento da causa inicial — ou quando não há uma causa claramente identificável. Ela pode ser contínua ou intermitente, variar de intensidade e afetar diferentes áreas do corpo.

Ao contrário da dor aguda, que serve como um sinal de alerta do organismo, a dor crônica deixa de ter uma função protetora e passa a ser uma condição em si. Ela impacta o humor, o sono, o apetite, as relações pessoais e a produtividade no trabalho.

Principais causas da dor crônica

Existem diversas causas para a “dor crônica”, e muitas delas estão relacionadas a doenças comuns da vida adulta. Entre as principais, destacam-se:

  • Artrose e outras doenças articulares
  • Fibromialgia
  • Dores lombares ou cervicais persistentes
  • Enxaqueca crônica
  • Síndromes miofasciais
  • Neuralgias ou neuropatias periféricas
  • Sequelas de cirurgias, traumas ou inflamações

Em alguns casos, a dor não tem uma causa física identificável, mas está associada a fatores emocionais e contextuais. Isso não a torna menos real — e exige atenção redobrada por parte do profissional de saúde.

O papel do médico da família no diagnóstico da Dor Crônica

O médico da família é treinado para realizar uma avaliação abrangente, que considera não apenas a dor em si, mas também a história de vida, o contexto emocional, os hábitos de vida e as comorbidades do paciente.

Diferente de especialidades mais focadas em sistemas isolados do corpo, o médico da família faz a ponte entre o físico e o emocional, integrando todos os dados da consulta para compor uma visão mais completa do quadro de dor.

Esse olhar integral permite identificar padrões, associações e fatores agravantes da dor que, muitas vezes, passam despercebidos em atendimentos pontuais.

Escuta ativa e vínculo como ferramentas clínicas

O primeiro passo no diagnóstico da DOR CRÔNICA é ouvir o paciente com atenção. A escuta ativa permite ao médico entender como a dor começou, em que momentos ela piora, como afeta o dia a dia e que estratégias o paciente já tentou utilizar.

Esse momento de escuta também permite que o paciente se sinta validado — algo essencial, já que muitas pessoas com dor crônica se sentem desacreditadas, especialmente quando os exames estão normais.

O vínculo construído ao longo das consultas ajuda o médico da família a observar a evolução do quadro e a ajustar o plano de cuidado conforme a necessidade.

Avaliação física e exames complementares

Após a escuta inicial, o médico realiza um exame físico detalhado, buscando sinais clínicos que possam orientar o diagnóstico. Ele avalia:

  • Localização e tipo da dor (pontada, queimação, pressão, etc.)
  • Presença de pontos de tensão ou inflamação
  • Alterações de mobilidade e postura
  • Sinais neurológicos, como perda de força ou sensibilidade

Com base nessa avaliação, o médico pode solicitar exames laboratoriais ou de imagem — sempre de forma criteriosa, para evitar excessos que não contribuem para o cuidado. A ideia é usar os exames como complemento da avaliação clínica, e não como ponto de partida.

Quando a dor não aparece nos exames

Um dos maiores desafios no diagnóstico da dor crônica é quando todos os exames retornam normais, mas o paciente continua sofrendo. Nesses casos, o papel do médico da família é fundamental para explicar que a ausência de alterações nos exames não invalida a dor.

A fibromialgia é um bom exemplo: não apresenta alterações laboratoriais ou radiológicas, mas causa dor generalizada, fadiga e distúrbios do sono. O mesmo ocorre com dores miofasciais, cefaleias tensionais e outras síndromes dolorosas funcionais.

Reconhecer essas condições evita atrasos no diagnóstico e permite que o paciente inicie o tratamento mais cedo, com foco na qualidade de vida.

Diagnóstico diferencial: o que mais pode causar dor?

Durante o processo de avaliação, o médico da família considera diversas possibilidades antes de fechar o diagnóstico. Algumas das condições que precisam ser descartadas incluem:

  • Doenças inflamatórias autoimunes
  • Infecções ocultas
  • Tumores ou metástases ósseas
  • Transtornos psiquiátricos com manifestação somática
  • Distúrbios metabólicos, como hipotireoidismo ou diabetes

Essa abordagem ampla e cuidadosa evita erros diagnósticos e garante que o paciente receba o tratamento adequado para sua condição específica.

A importância do diagnóstico precoce

Quanto mais cedo a dor crônica é identificada e tratada, menor o risco de cronificação e de impacto negativo sobre o bem-estar. A dor mal cuidada pode se tornar mais difícil de controlar com o tempo, além de abrir espaço para quadros de ansiedade, depressão e isolamento social.

O diagnóstico precoce também permite que o paciente compreenda melhor seu quadro, participe ativamente das decisões sobre o tratamento e adote estratégias de autocuidado mais eficazes.

O médico da família como coordenador do cuidado

Além de fazer o diagnóstico inicial, o médico da família coordena o cuidado ao longo do tempo. Ele pode:

  • Iniciar o tratamento com medicações apropriadas
  • Orientar mudanças no estilo de vida
  • Encaminhar para fisioterapia, psicoterapia ou outras especialidades
  • Acompanhar a resposta ao tratamento e fazer ajustes periódicos
  • Prevenir recaídas e acolher novas queixas conforme surgem

Esse acompanhamento contínuo permite um cuidado mais próximo, individualizado e centrado na vida real do paciente.

Vamos conversar?

O diagnóstico da dor crônica exige escuta atenta, avaliação cuidadosa e uma visão ampla do paciente. O médico da família é o profissional mais indicado para conduzir esse processo, integrando o aspecto físico, emocional e social da dor.

O Dr. Patrick Harris realiza esse tipo de acompanhamento para Dor Crônica com foco na escuta, no vínculo e na construção de soluções práticas, oferecendo aos seus pacientes um cuidado contínuo, acessível e centrado na qualidade de vida.

Dr. Patrick Harris

Médico da Família

CRM: 192379

RQE: 92300