A Obesidade é um dos grandes desafios de saúde pública da atualidade, com impactos diretos em diversas doenças crônicas. Muito além de uma questão estética, o excesso de peso está associado a desequilíbrios metabólicos que podem afetar todo o organismo. Entre as condições mais comuns relacionadas estão o diabetes, a hipertensão arterial e o colesterol alto. Neste cenário, o médico da família tem papel essencial na prevenção, diagnóstico e acompanhamento desses quadros.

Obesidade: muito mais do que peso na balança
A obesidade é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, geralmente avaliado por meio do índice de massa corporal (IMC). Quando o IMC é igual ou superior a 30, considera-se que o paciente apresenta obesidade. No entanto, outros critérios, como circunferência abdominal e composição corporal, também são importantes para avaliar riscos à saúde.
Mais do que o número, o que preocupa é o impacto desse acúmulo de gordura em órgãos vitais e no funcionamento metabólico do corpo. O excesso de tecido adiposo provoca inflamações, altera a produção hormonal e aumenta a resistência à insulina, entre outras consequências.
A conexão entre obesidade e diabetes tipo 2
Uma das relações mais conhecidas é entre “obesidade” e diabetes tipo 2. O excesso de gordura, especialmente na região abdominal, reduz a sensibilidade das células à insulina — hormônio responsável por controlar o nível de açúcar no sangue. Essa resistência à insulina é o principal fator de desenvolvimento do diabetes tipo 2.
Além disso, a obesidade contribui para o aumento de substâncias inflamatórias que dificultam ainda mais o controle glicêmico. Isso cria um ciclo em que o organismo precisa produzir cada vez mais insulina para obter o mesmo efeito, até o ponto em que o pâncreas se esgota.
Quando não tratado, o diabetes pode evoluir com complicações como neuropatia, retinopatia, insuficiência renal e maior risco cardiovascular. O médico da família atua tanto na prevenção quanto no controle da doença, com estratégias de perda de peso, mudanças no estilo de vida e monitoramento dos níveis glicêmicos.
Obesidade e hipertensão: como estão relacionadas?
O excesso de peso também exerce impacto direto na pressão arterial. Pessoas com obesidade têm maior risco de desenvolver hipertensão por diferentes mecanismos: aumento da retenção de sódio, maior resistência vascular, inflamação crônica e alterações hormonais.
Além disso, o aumento do volume sanguíneo e da demanda do coração para bombear o sangue em um corpo com maior massa aumenta a carga sobre o sistema cardiovascular. Isso pode levar ao desenvolvimento de hipertrofia cardíaca, insuficiência cardíaca e outros distúrbios relacionados à pressão alta.
O médico da família acompanha a pressão arterial ao longo do tempo e orienta medidas que vão desde a perda de peso até o controle de estresse e uso de medicações quando necessário. Em muitos casos, uma redução de 5% a 10% do peso corporal já é suficiente para melhorar significativamente os níveis de pressão.
Colesterol alto e obesidade: inflamação e risco cardiovascular
A OBESIDADE está ligada ao aumento do colesterol LDL (considerado o “ruim”), à redução do HDL (o “bom”) e ao aumento dos triglicerídeos. Esse desequilíbrio favorece o acúmulo de placas de gordura nas artérias, aumentando o risco de infarto, AVC e outras complicações cardiovasculares.
O tecido adiposo em excesso contribui para a produção de substâncias inflamatórias que também afetam o metabolismo das gorduras. O fígado pode se sobrecarregar, levando ao acúmulo de gordura hepática, conhecido como esteatose hepática, que também está relacionado ao perfil lipídico alterado.
O médico da família realiza exames periódicos para acompanhar os níveis de colesterol e propõe intervenções simples, porém eficazes, como mudanças alimentares, prática de atividade física e, quando necessário, uso de medicamentos para manter o equilíbrio.
O papel do médico da família no controle de peso e prevenção de doenças
O acompanhamento com o médico da família é contínuo e centrado na pessoa. Isso significa que ele considera o paciente em seu contexto de vida, compreendendo as dificuldades e potencialidades de cada um para propor um plano de cuidado realista e individualizado.
Entre as principais ações estão:
- Avaliação clínica completa e pedidos de exames laboratoriais
- Acompanhamento regular do peso, circunferência abdominal e composição corporal
- Orientação sobre alimentação e atividade física com metas alcançáveis
- Apoio no uso seguro de medicações para controle de peso, quando indicado
- Avaliação do impacto emocional, sono e nível de estresse no ganho de peso
O foco é criar estratégias sustentáveis que ajudem o paciente a perder peso de forma gradual, segura e sem radicalismos.
Acompanhamento de longo prazo e prevenção de complicações
Um dos grandes diferenciais do médico da família é o acompanhamento ao longo do tempo. Ele observa a evolução clínica, ajusta estratégias e evita o abandono do tratamento. Isso é essencial para manter os resultados da perda de peso e prevenir o efeito sanfona.
Além disso, com o controle de peso bem conduzido, é possível:
- Reduzir o risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2
- Diminuir a necessidade de uso de medicamentos para hipertensão
- Melhorar o perfil de colesterol e reduzir o risco cardiovascular
- Prevenir complicações renais, hepáticas e articulares
Esse cuidado contínuo permite também identificar precocemente outras condições que podem surgir com o tempo, como distúrbios hormonais, compulsão alimentar e transtornos do sono.
Quando encaminhar para outros profissionais?
O médico da família pode acompanhar a maioria dos casos de obesidade, mas também sabe reconhecer quando é necessário envolver outros profissionais. Ele pode encaminhar para:
- Nutricionistas, para plano alimentar individualizado
- Endocrinologistas, quando há suspeita de causas hormonais ou necessidade de medicação específica
- Psicólogos, em casos de compulsão alimentar ou sofrimento emocional
- Educadores físicos ou fisioterapeutas, para atividade física segura
- Equipe de cirurgia bariátrica, quando há indicação clínica
Mesmo com esses encaminhamentos, o médico da família continua como coordenador do cuidado, garantindo que o plano terapêutico siga integrado.
Vamos conversar?
A obesidade está no centro de diversas doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e colesterol alto. O controle do peso é uma das estratégias mais poderosas para prevenir e tratar essas condições. E é justamente o médico da família quem tem as ferramentas para acompanhar esse processo com continuidade, escuta ativa e cuidado realista.
O Dr. Patrick Harris atua com foco em medicina preventiva, estilo de vida e cuidado individualizado para tratar a Obesidade, ajudando seus pacientes a promover saúde de forma segura, prática e duradoura.
Dr. Patrick Harris
Médico da Família
CRM: 192379
RQE: 92300